segunda-feira, 20 de julho de 2009

PROFESSORES, AVALIAÇÃO E NOVAS OPORTUNIDADES


Parece não ter fim o braço de ferro entre a Ministra e os sindicatos dos professores relativamente ao modelo de avaliação. Os professores não querem, nem nunca quiseram, a avaliação do seu desempenho, como acontece com o resto do funcionalismo público. Relembro que, há cerca de 30 anos, quando o governo de então quis consagrar um modelo de avaliação aos professores, estes fizeram greve e, sendo muitos, conseguiram que o ministro desistisse dos seus intentos. E continuam na mesma senda, levantando obstáculos e críticas a todas as propostas da Sr. Ministra, conforme é publicitado na comunicação social.
Foi Cavaco Silva que acabou com o sistema das letras nas remunerações, muito mais justo para os agentes da administração pública. Até aí, funcionários com as mesmas habilitações e os mesmos anos de serviço auferiam o mesmo ordenado independentemente do serviço onde se integravam. Agora, e por exemplo, um licenciado em direito aufere diferentes salários consoante o serviço em que ingresse. Excluindo a magistratura, julgo que é na administração fiscal que se auferem os salários mais elevados.
Acresce que, em contrapartida pela segurança do emprego, boa assistência social e médica e reforma, os salários da função pública eram mais baixos do que na economia privada. Agora não. O que ajuda a explicar as incongruências económicas. Tendo em consideração o nível de vida e a riqueza gerada, logo se encontra a explicação para que um modesto T2 custe mais, comparativamente, que em Espanha ou França e os automóveis em Portugal sejam também mais caros.
Este é um dos grandes problemas de Portugal. O funcionalismo público vampirizou o orçamento do estado, de tal maneira que não há solução possível do problema dentro de um quadro de normalidade democrática. E isto porque qualquer tentativa de fazer corresponder o montante dos salários ao nível de vida do país provocaria certamente revoltas violentas. Já agora diga-se também dos juízes, só a título de exemplo, que auferem salários mais altos que os seus colegas alemães.
Este é um dos factores que explicam o nosso estrutural atraso. Sem se resolver o problema do funcionalismo público, Portugal jamais poderá enveredar pelo caminho do progresso social e económico.
Bom, se o ordenado é mau, a avaliação uma coisa inconcebível, as perfectivas de carreira não existem, é sempre possível abraçar outra profissão. Ninguém é obrigado a seguir qualquer carreira
.
Para os descontentes do ensino, e não só, que pretendam mudar de carreira, poderão aproveitar, por exemplo, as novas oportunidades de carreira que a nossa CMM oferece em Sendim:
· Repositor de ossos
· Cremador
· Embalsamador
· Cinzeiros
Passe a ironia, é lamentável verem-se as décadas a passarem e Portugal a promover reformas e mudanças para que tudo fique na mesma.
E fica mesmo.

1 comentário:

Otília Gradim disse...

O que se tem passado com os professores é inqualificável!

bjinhos